Ensino de Arte e Culturas Indígenas, Deslocamentos Necessários: bases epistemológicas
Resumo
O artigo propõe discutir as bases epistemológicas de uma pesquisa em educação cujo tema são culturas indígenas inseridas na Disciplina de Arte, em decorrência da Lei 11.645/2008. Enfatiza-se a relevância dos Estudos Culturais e do Grupo da Modernidade/Colonialidade para compreensão das relações sobre e com as culturas indígenas, em propostas desenvolvidas por professores de Arte. Argumenta-se sobre a influência da arte na construção do imaginário coletivo e da perspectiva da construção de um repertório de valorização das diversas culturas indígenas. Questionam-se as propostas desenvolvidas na Disciplina de Arte que, muitas vezes, encontram enfrentamentos com currículo eurocentrado, colonialista em que as relações de poder se fazem presente. Compreende-se que as culturas indígenas, traduzidas no ensino da Arte, com suas fronteiras deslizantes, com tensões e desafios, em permanente processo de negociação, geram deslocamentos necessários que possibilitam uma educação intercultural, abrindo ao diálogo com a diferença, aproximando culturas e cosmovisões.
