O SUBJUNTIVO EM PORTUGUÊS E INGLÊS: UMA ABORDAGEM GERATIVA
Palavras-chave:
Gerativismo. Programa Minimalista. Português como língua estrangeira. Modo e Modalidade. Subjuntivo. Licenciamento.Resumo
O modo subjuntivo se apresenta como um dos pontos mais difíceis no aprendizado de português por falantes nativos de inglês. Com a intenção de se poder entender melhor o motivo da afirmativa anterior, esta dissertação teve como objetivo realizar uma descrição estrutural do subjuntivo nas línguas portuguesa e inglesa para, então, se compararem os parâmetros nos dois idiomas. Presume-se que esse modo teve uma redução no uso desde o português arcaico, sendo gradativamente substituído pelo indicativo e que, no inglês, praticamente está em extinção. Algumas hipóteses foram levantadas. Todas relacionadas à dificuldade apresentada no aprendizado. São referentes: a) ao número reduzido de ocorrências na língua inglesa, tendo como consequência a ausência de parâmetros; b) a estruturas muito diferenciadas nas línguas do estudo; c) ao fato de o subjuntivo não possuir marcação temporal clara. As análises foram feitas a partir dos preceitos gerativista e mais especificamente o Programa Minimalista. Para melhor compreensão por parte do leitor, um dos capítulos é dedicado à parte histórica do Gerativismo. Na parte diacrônica, foram analisadas as ocorrências do subjuntivo nos primeiros textos da língua portuguesa. Para a análise do subjuntivo na atualidade, além dos julgamentos de gramaticalidade, foram coletados dados de falantes na cidade de Campo Grande – MS. Na comparação do modo entre as duas línguas, a investigação buscou verificar as diferenças nos movimentos que ocorrem a partir da escolha lexical até a execução da forma fonética. A ênfase no trabalho ocorreu sobre MoodP, FinP e VP. Os resultados na pesquisa diacrônica, apesar de poucas ocorrências terem sido encontradas, demonstraram o uso do subjuntivo sem alternância com o indicativo. Já no português contemporâneo, o indicativo esteve presente em 30% das ocorrências nas quais o subjuntivo deveria ser utilizado. Em relação à estrutura, a coincidência nos parâmetros ocorre apenas quando um número reduzido de verbos em inglês é utilizado. As diferenças recaem principalmente sobre a quase total ausência de marcação fonética em praticamente todos os verbos nessa língua. As alternâncias entre o subjuntivo e indicativo/infinitivo fornecem fortes indícios de vacuidade temporal nas sentenças nas quais o primeiro modo citado ocorre. As diferenças paramétricas, logo, criam dificuldades para o aprendiz de português como língua estrangeira que precisa “desaprender” os parâmetros da sua língua nativa.