QUADRINHOS SÃO QUADRINHOS

Autores

  • Francielle de Queiroz Zurdo Universidade Federal de São Paulo

Resumo

Pretende-se, com este artigo, apresentar uma reflexão e possibilidades de trabalho com base na relação entre a leitura de adaptações literárias em quadrinhos e o texto-fonte, buscando mostrar como elementos (extra)linguísticos que compõem ambos os textos são transpostos de um gênero a outro e a importância na construção dos sentidos dos textos, a fim de sustentarmos a opinião de que quadrinhos são quadrinhos e literatura é literatura e que podem ser lidos em uma relação de complementariedade. Cada gênero apresenta suas especificidades e não deve ser substituído, anulado ou extinguido da escola, apenas respeitado e apresentado aos alunos. Essa reflexão pode, também, sugerir aos professores atividades para se trabalhar com ambos os gêneros em sala de aula. As obras escolhidas para esta reflexão foram O alienista, de Machado de Assis, e O alienista, adaptação literária em quadrinhos por Cesar Lobo e Luiz Antonio Aguiar. Os professores, como mediadores, podem auxiliar os alunos a perceberem como os quadrinhos captam a ideia do texto-fonte, na tentativa de que a proposta seja apresentar a história aos estudantes e que eles tenham sua curiosidade mais aguçada para a leitura da obra, ou que façam o percurso inverso: que leiam, a princípio a obra de Machado e, posteriormente, a HQ. Sendo assim, cabe aqui, não valorizar um ou outro gênero, mas, sim, mostrar que ambos podem ser lidos numa relação de complementaridade

Publicado

2023-03-16