MULHER MARAVILHA E A REPRESENTAÇÃO DO FEMININO NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Resumo
As Histórias em Quadrinhos (HQs) se caracterizam pelas múltiplas possibilidades de análise, pois, a partir das palavras e das imagens, podemos vislumbrar como se constituem as representações sociais. Pelos traços, formas e termos se materializa a conjuntura da sociedade, de modo que as diferenças instituídas no seio social têm o seu reflexo na linguagem quadrinística. As HQs se tornam espaço de problematização das desigualdades existentes entre o gênero tido como dominador (homem) e o gênero dominado (mulher), sendo igualmente possível se questionar a diferença de representação entre heróis e heroínas no universo dos quadrinhos, as ações e funções dessas personagens atreladas à sociedade falocêntrica. Assim, partindo das representações díspares entre os gêneros nas HQs, apresentamos uma discussão alicerçada em Silva (2000), Beauvoir (1970), Louro (1997) e Wolf (1992). Objetivamos analisar como os corpos femininos são retratados e as possibilidades de desestruturação das representações misóginas, pois é por meio dos apontamentos sobre as formas de se pensar os corpos, que podemos construir uma argumentação que rompa com os padrões de uma sociedade que retrata personagens femininas, como a Mulher Maravilha e tantas outras, de maneira sexista.